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Saturday, November 08, 2008

ENTREVISTA SOCORRO CUNHA



Foto: André Fon

Socorro eu conheci quando me dirigia para a Feira de Livros e Exposição Literária Alagoana da Escola Conceição Lyra, em São Miguel dos Campos.
Nessa hora ela me presenteou os seus livros. Nossa! Endoideci às primeiras folheadas. E bati de pronto na hora:

- Socorro, quero fazer uma entrevista com você!

Gente, o que azoei a coitada, chavecando no juízo dela o maior blá blá blá para que ela me concedesse a entrevista, não está no gibi. Pois foi. Sabe por quê? Para quem não conhece, Maria do Perpetuo Socorro Cavalcante da Cunha é escritora e pedagoga,também é autora dos livros infantis “A vaca amarela”, “A galinha beliscona” e “O trem ABC”. Uma maravilha de livros que me encantaram que só. Além disso, ela é graduada em pedagogia pelo CESMAC, com habilitação em Orientação Educacional. Realizou trabalho voluntário no projeto “Graciliano é uma graça” em que desenvolveu a cultura da paz. Em parceria com Maristela Pozitano desenvolve o projeto “Série Aprender” onde publicou livros infantis com temas transversais. No projeto “Série Aprender” ela pretende utilizar o lúdico e a criatividade para explorar conteúdos didáticos e transversais. Traz em seu contexto o estimulo à imaginação que venha possibilitar o despertar da sensibilidade e da percepção da criança necessários à sua formação, utilizando o reforço nas ilustrações das personagens, associadas aos conteúdos numa atividade lúdica.

É mole? Por isso mesmo que fiquei espezinhando para ela dispor de uma conversa com a gente. Foi aí que esta semana estive na sua residência. Conheci seu esposo e seu filho, tudo gente boa que nem ela. Aí, como falo que só o homem-da-cobra, danei-me a explicar razões diversas e tantas que ela findou concedendo essa entrevista.

Com vocês, Socorro Cunha.

LAM - Socorro, de início vamos para a pergunta de praxe: como foi e quando se deu seu encontro com a literatura?

O meu encontro com a literatura foi lentamente se construindo desde 1999. Estava vivendo um momento de intensa reflexão de vida. Nessa fase encontrei na poesia uma fonte de luz que me fez despertar para uma maior sensibilidade até então não percebida.

LAM - Quais as influencias adquiridas na infância e adolescencia que marcaram sua predileção pela literatura?

Foram os clássicos da Literatura Infantil e livros religiosos. No período de adolescência ampliei minhas leituras com romances,livros de suspense e religiosos que estimulavam a minha imaginação,levando-me a construir um mundo particular traduzido a partir dos meus sonhos e desejos juvenis.

LAM - Você é escritora e pedagoga, quando foi que surgiu a vontade de escrever para o público infantil?

De inicio tudo pareceu uma brincadeira,um lazer. Mas verdadeiramente foi a experiência de ser mãe que despertou em mim o desejo de escrever para esse público. Ao orientar os meus filhos nas tarefa s escolares, as idéias foram surgindo persistentemente. Junto com eles foi que iniciei o processo a partir da elaboração de um livro artesanal, em que eu escrevia a história e eles desenhavam e pintavam as figuras.

LAM - Qual a sua opinião a respeito da dicotomia existente entre arte e educação? É possível a arte na educação?

Essa dicotomia nos impossibilita de agirmos cada vez mais como sujeito abstrato e nos faz agir como um produto da cultura. Arte é possível sim, na educação desde que ela vá na essência do sujeito como pessoa, traduzindo significados que ultrapassem as práticas sociais.

LAM - Agora vamos falar dos seus livros infantis. Primeiro: como se deu o processo de criação e como foi a experiência, expectativa e resultados da publicação do livro "A vaca amarela"?

O livro "A Vaca Amarela", surgiu no meio de outra história. Escrevia a história " O Reinado do Leão" de repente os pensamentos me levaram para um novo contexto. Interrompi a história "O Reinado do Leão" e escrevi num mesmo momento a história " A Vaca Amarela", foi uma inspiração repentina, mas consistente.

LAM - E também como foi o da "A galinha beliscona"?

A história "A Galinha Beliscona" surgiu num momento de curiosidade, olhando um cesto com ovos comecei a pensar de imediato: Quantos ovos será que tem naquele cesto? E nesse instante a história se iniciou de maneira prazerosa.

LAM - E o "Trem ABC"?

O livro "O Trem do ABC" foi princípio de tudo, uma história mais pensada. O ABC é o ínÍcio de quem vai aprender a ler. Então essa história foi escolhida por mim para ser a introdução deste projeto de elaboração de história infantil.

LAM - Você participou do projeto Graciliano é uma graça, conta pra gente como foi esta experiência?

Participei do projeto como voluntária. Desenvolvi algumas atividades pedagógicas com as crianças como: roda de leitura, dinâmicas com temas sobre valores humanos, jogos recreativos , etc. A experiência me fez vivenciar a minha formação acadêmica de maneira pratica dentro da realidade do projeto. Porém utilizei a teoria conforme a necessidade dos momentos.

LAM - O que é o projeto Série Aprender? Ah, fala também do trabalho que você está desenvolvendo na Apala.

São histórias que trazem em seu contexto conteúdos que didaticamente fazem parte da proposta currícular. A Apala está sendo uma experiência que além de participar do desenvolvimento dos trabalhos culturais estou adquirindo referência de vida com as crianças que espontaneamente expressam a superação de suas dificuldades de saúde valorizando a vida nos seus momentos mais difíceis.

LAM - Como você avalia a atuação da Literatura Infantil no processo de formação dos leitores? É possível pensar em hábito de leitura num mundo dominado pela televisão e pradoxalidades?

A Literatura Infantil é uma das portas de acesso para a criança entrar em contato com o conhecimento sistematizado. É preciso sustentar o processo de leitura não só como hábito mais também como referência para novas descobertas e novo entendimento diante das expectativas. Nesta dualidade, televisão X leitura a concorrência é desleal, porém, devemos procurar praticas que valorizem a importância dos dois veículos no caso procurar fazer uma parceria a partir de leitura critica do que está sendo transmitido.

LAM - E a Internet? Como pedagoga, a rede é positiva para o processo de formação educacional? Como escritora: a internet tem contribuido para difusão do seu trabalho?

A internet é uma boa ferramenta de trabalho com ela é possível agregar mais conteúdos em todas as áreas. Acho a rede positiva para a educação, contudo são necessárias orientações constantes para evitar a contaminação de pensamentos e valores prejudiciais a formação de sujeito que já ser inexperiente não possui condições de filtrar tantos conteúdos veiculados.

LAM - Para terminar: quais os projetos pretende realizar e quais as perspectivas editoriais de Socorro Cunha? Novas publicações? Novos projetos em andamento? Fala a respeito.

No momento estou realizando a gravação de um "CD" com músicas infantil e, conclui o livro " O Gato e o Rato" que traz em seu contexto a leitura das palavras associado ao tema amizade.

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