LUDOTERAPIA – Ao participar do curso de Ludoterapia, com o excelente
professor Silvino Costa Ferro, tomei conhecimento de que se trata de uma
técnica da psicoterapia infantil. E, conforme Homem (2009), é um termo oriundo
da palavra inglesa play-therapy que é
traduzida como terapia pelo brincar, sendo, portanto, definida como a relação
interpessoal dinâmica entre a criança e um terapeuta com a providência de um
conjunto variado de brinquedos e uma relação segura para expressar e explorar plenamente
seus sentimentos, experiências, pensamentos e comportamentos por meio da
natural comunicação de brincar. Nesse contexto, a brincadeira ou o brincar,
conforme Huizinga (1993) e Winnicott (1975), como um fenômeno cultural que, no
dizer de Pereira (2009), se realiza por meio de uma estrutura que remete aos
ritos que implicam em gestos, palavras, distribuição de papéis, ao permitir que
a brincadeira possa ser realizada com o uso da imaginação com contações de
histórias, jogos e brincadeiras. Ou seja, o brincar como uma possibilidade de
expressão, reconhecendo como cultura, como forma do ser humano de tornar-se
presente no mundo com sua peculiaridade de individuo e de integrante de um
grupo social, com a chance dessa brincadeira se instalar como uma das ações de
formação de identidade da criança e exercendo um papel importante na
aprendizagem. Assim, a ludoterapia é vista, conforme Axline (1984) e Silva
(1995) como o processo psicoterapêutico voltado para a criança por meio da
brincadeira, objetivando, assim, ajudar a expressão das dificuldades e
conflitos da criança. Por essa razão, oportuniza a liberação dos problemas e
sentimentos infantis por meio de brincadeiras e jogos que identificam
distúrbios e sintomas, liberando inseguranças, tensões e frustrações, bem como
distúrbios, agressividade, confusão e medos, dificuldades de aprendizagem,
insônia e pesadelos, timidez, gagueira e desvios alimentares.
BIBLIOGRAFIA
ABERATURY, Arminda. A criança e seus jogos.
Rio de Janeiro: Vozes, 1972.
AXLINE, Virginia. Ludoterapia. Belo
Horizonte: Interlivros, 1984.
______. Em busca de si mesmo. São Paulo:
Agir, 1984.
HOMEM, Catarina. A
ludoterapia e a importância do brincar: reflexões de uma educadora de infância.
Cadernos de Educação de Infância n.º 88, Dez/2009.
HUIZINGA, Joan.
Homo ludens. São Paulo: Perspectiva, 1993.
KLEIN, Melanie. Obras completas. Rio de Janeiro:
Imago, 1991.
PEREIRA, Eugenio
Tadeu. Brincar e criança. In: CARVALHO, Alisson et al
(Orgs.). Brincar(es). Belo Horizonte: UFMG, 2009.
SILVA, Sueli Dias. Da ludoterapia não-diretiva
à ludoterapia centrada na pessoa; reflexões: à luz da prática clínica e do
desenvolvimento da abordagem centrada na pessoa. São Paulo: Instituto Sedes
Sapiense, 1995.
WINNICOTT, Donald. A criança e o seu mundo.
Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
______. O brincar
& a realidade. Rio
de Janeiro: Imago, 1975.
______. Pensando
sobre crianças. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.
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